O
Estado do Pará não será dividido para a criação dos Estados do Tapajós e
de Carajás. Este foi o resultado do plebiscito, realizado neste domingo, 11,
para decidir sobre a divisão do Estado. Dos 3.601.849 votos computados nas
14.249 seções eleitorais, 2.363.561 (66,60%) foram contra Tapajós e
2.344.654 (66,08%) disseram não à criação do estado de Carajás. O
"Sim" foi votado por 1.185.546 (33,40%) para o Tapajós e 1.203.574
(33,92%) para o Carajás. Votos brancos e nulos não chegaram a 2%.
Após
o final da apuração, o governador Simão Jatene, acompanhado pelo
vice-governador Helenilson Pontes, falou em uma coletiva para a imprensa
local e nacional sobre o plebiscito, no Hangar- Centro de Convenções e Feiras
da Amazônia. “Acredito que a democracia é plena quando a maioria é capaz de
perceber a legitimidade e o caráter genuíno dos interesses também das minorias.
Uma experiência como essa só pode ter dois resultados: ou ganhamos todos ou
perdemos todos. Meu desejo como governador, como paraense e brasileiro é que
ganhemos todos. Circunstancialmente esse plebiscito aconteceu no Pará, mas acho
que o Brasil precisa se perguntar por que estão no Congresso aproximadamente 20
processos para redivisão territorial. Não dá pra se explicar isso apenas como
interesse de grupos políticos locais, acho que isso é simplificar demais a
realidade brasileira”, disse o governador.
Pacto pelo Pará
Durante
a entrevista coletiva para a imprensa, o governador falou sobre o “Pacto pelo
Pará. “Espero que a sociedade paraense entenda que o 'Pacto pelo Pará' não foi
um mote de campanha e sim uma estratégia para que sejamos capazes de nos unir
em torno de grandes teses, como por exemplo, para discutir a compensação da Lei
Kandir”, disse ele, explicando que desde 2006 existe uma ação que está
tramitando no Supremo Tribunal Federal e que pede a compensação ao Pará
pela perda dos recursos gerados pela Lei Kandir. As exportações representam
para a economia do país algo em torno de 12% a 13% do Produto Interno
Bruto. No Pará, elas representam 35% do PIB. “Também precisamos ter um
tipo de atenção para os Grandes Projetos, para que estes sejam importantes para
o desenvolvimento brasileiro, mas que sejam também importantes para a qualidade
de vida das pessoas que estão aqui. Não dá pra ser bom para o país e não ser
para o Estado”, argumentou.
“É
importante que todos saibam que o Pará que é cantando em prosa e verso como o
segundo maior saldo da balança brasileira, grande produtor de energia, grande
produtor de recursos florestais e etc, têm uma renda per capita que é metade da
média nacional, tem um orçamento por habitante que é o 26º orçamento brasileiro
e isso precisa ser rediscutido e é nesse sentido que vejo que a sociedade sai
mais madura. É possível a construção de uma estratégia, de um 'Pacto' que nos
reposicione e ajude a ver a questão da gestão interna”, disse.
Regionalização
Para
o governador, não é nova a idéia de regionalização da administração
pública, que já vem sendo implantada desde sua gestão passada. Ele citou
como exemplo desse esforço a implantação dos Hospitais Regionais, em
locais estratégicos do Estado. “A visão de que é necessário ter uma compreensão
das diferenças de uma ação regionalizada não é nenhuma novidade, não precisa do
plebiscito para nos dizer isso, o que precisamos é nos unir no sentido de
aprofundar isso”. Jatene disse que o governo tem um plano estratégico de gestão
e que dará continuidade a esse plano de regionalização, com a criação de uma
agenda local, independentemente de partidos e crenças e que isso já estaria
previsto no Plano Plurianual do Estado.
Em
relação ao pedido de maior presença do Estado nos municípios mais
distantes, Jatene disse acreditar que não existe uma vocação ao confronto
e sim uma busca de alternativas. "E o caminho para isso é a criação de um
programa de governo que podemos construir juntos”.
Fonte:
Agência Pará de Notícias
Por:
Rosana Magno
Assessora
de Imprensa da Dep. Ana Cunha