Embora boa parte da população brasileira desconheça o
papilomavírus humano (HPV), ele provoca uma das doenças sexualmente
transmissíveis (DST) mais comuns no mundo. Estima-se que uma em cada cinco
mulheres seja portadora do vírus. No Brasil, o Ministério da Saúde registra
aproximadamente 137 mil novos casos a cada ano. Para discutir as formas de
prevenção e o tratamento da doença, especialistas de diversos estados vão se
reunir, durante três dias, a partir de hoje (29), no Rio de Janeiro, durante o
HPV in Rio 2011 – 3º Simpósio Brasileiro de Papilomavirose Humana.
De acordo com o professor Mauro Romero, coordenador do Centro de
Referência em Doenças Sexualmente Transmissíveis da Universidade Federal Fluminense
(UFF) e organizador do evento, os números são alarmantes e revelam que é
preciso intensificar as ações de conscientização da população sobre como evitar
o contato com vírus. Segundo Romero, a infecção por HPV é responsável por 90%
dos casos de câncer de colo de útero e pelo surgimento de outras doenças.
'Esse vírus causa uma série de patologias tanto no homem como na
mulher, como câncer de colo do útero, na vulva, na vagina, no ânus, no pênis.
São registrados no Brasil a cada ano mil casos de amputação de pênis por causa
da doença. É preciso que haja uma mobilização maior para que a população, os
profissionais de saúde e de educação saibam mais sobre a doença, façam a
profilaxia corretamente e procurem um serviço de saúde quando surgirem os sintomas.'
Segundo ele, entre as formas mais eficientes de prevenção estão
o uso de preservativo e a vacinação, que, atualmente, só está disponível no
Brasil na rede privada, ao custo de cerca de R$ 300 por dose. Romero destacou
que a realização de exames ginecológicos preventivos, como o papanicolau, pode
identificar a doença em estágio precoce e aumentar a eficácia do tratamento. A
corretora de plano de saúde Gisele Nunes descobriu que tinha o vírus em
fevereiro deste ano. Segundo ela, o diagnóstico precoce foi importante para
facilitar o tratamento, mas a falta de informação sobre a doença aumentou a
ansiedade.
'Eu não sabia nada sobre o HPV, nunca tinha escutado falar sobre
isso. Só descobri porque percebi uma lesão pequena na vagina e procurei um
médico. O tratamento durou seis meses e hoje aconselho as minhas amigas a nunca
esquecerem de usar camisinha, mesmo com parceiro fixo', disse. Segundo
informações do Ministério da Saúde, há no país 6.908 postos, localizados em
2.807 municípios brasileiros, que oferecem exames gratuitos à população para
prevenção e detecção do vírus, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Além
do HPV, o SUS garante tratamento contra aids, sífilis, gonorreia e outras DST.
Para tirar dúvidas sobre a doença, o ministério também disponibiliza o serviço
Disque Saúde (0800 61 1997). A ligação é gratuita.
Fonte: Agência Brasil
Por: Rosana Magno
Assessora de Imprensa da Dep. Ana Cunha.
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