terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sespa e Instituto Evandro Chagas assinam termo de cooperação científica






















       A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e o Instituto Evandro Chagas (IEC) assinaram nesta segunda-feira (13) um Termo de Cooperação Técnico-científica para subsidiar inquéritos epidemiológicos nacionais ligados às doenças equistossomose e tracoma. Pelo documento, equipes da Sespa atuarão em parceria com profissionais do Instituto, contribuindo para o mapeamento que está sendo realizado em todo o país, recentemente viabilizado pelo Ministério da Saúde.
      O acordo possibilita também a colaboração do IEC em projetos de pesquisa em saúde pública e trabalhos executados pela Coordenação Estadual de Vigilância e Controle da Esquistossomose/Geohelmintoses e Tracoma da Sespa. O termo foi assinado pelo secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco, e pela diretora do Instituto Evandro Chagas, Elizabeth Santos.
     Conforme o documento, a partir dos projetos intitulados “Busca ativa de casos de triquíase tracomatosa em populações rurais de municípios com bolsões históricos” e “Epidemiologia das geohelmintoses em áreas de transmissão ativa de esquistossomose no Pará”, ambos desenvolvidos pelo IEC, serão estudadas populações indígenas, quilombolas e de outras localidades, para atender metas do Ministério da Saúde, que no início deste mês, em parceria com Estados e Municípios, começou a intensificar as ações de combate às chamadas doenças negligenciadas.
      Também chamadas de doenças em eliminação, as doenças negligenciadas são causadas por agentes infecciosos ou parasitas, e consideradas endêmicas em populações de baixa renda.
      O Ministério da Saúde autorizou o repasse de R$ 25,9 milhões para que os 26 Estados e o Distrito Federal fortaleçam as ações de vigilância epidemiológica (promoção, prevenção e controle) contra hanseníase, esquistossomose, tracoma e geohelmintoses. Ao Pará foram destinados R$ 2.993.000,00.
        Para receberem os recursos, os municípios definiram, juntamente com seus Estados, os planos com as ações que serão adotadas por cada região para o controle dessas doenças.
Soma de esforços - Após a assinatura do termo, Helio Franco destacou que toda parceria com os cientistas do Instituto Evandro Chagas é bem vinda, e só faz somar ao esforço que o governo do Estado vem fazendo para melhorar as condições de saúde da população, principalmente em locais de difícil acesso, como a região do Arquipélago do Marajó.
         A diretora do IEC, Elizabeth Santos, reafirmou que as metas preconizadas pelos parceiros visam intensificar os esforços para aumentar o compromisso político e técnico no atendimento destas populações, em busca do real conhecimento dos índices epidemiológicos do tracoma, da esquistossomose e das geohelmintoses como doenças negligenciadas, que necessitam de atenção por parte das instituições de saúde pública.
          No Pará, a situação do tracoma (inflamação crônica da conjuntiva e da córnea, que pode levar à cegueira), ainda é desconhecida, e pode persistir nas microrregiões consideradas antigos bolsões de tracoma, geralmente locais de difícil acesso. A doença, que pode evoluir até a cegueira, geralmente requer tratamento cirúrgico para melhoria da qualidade de vida dos portadores.
       A parceria prevê ainda a elaboração do Plano Estadual de Eliminação do Tracoma, para a obtenção de certificado de Estado livre da doença. Conforme determina a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa meta deve ser atingida até 2020.
          No Pará, em relação a esquistossomose (parasitose também conhecida como barriga d'água) e às geohelmintoses (infecções parasitárias dos intestinos), o estudo terá como objetivo principal a obtenção de índices epidemiológicos que reflitam a real situação das doenças no Estado, além da incorporação de novas abordagens metodológicas para o diagnóstico.
Capacitação - As duas instituições também assumiram o compromisso de investir na capacitação de servidores estaduais e municipais sobre o assunto, e em educação em saúde, a fim de beneficiar pessoas em idade escolar, em fase produtiva, indígenas e quilombolas, todas consideradas como vulneráveis para esquistossomose, geohelmintoses e tracoma.
       O documento foi assinado nas presenças do coordenador estadual de Controle de Endemias, Bernardo Cardoso, e dos técnicos do Instituto Evandro Chagas, João Carlos Lopes, administrador; Izabel Rodrigues, cooordenadora do Laboratório de Parasitoses Intestinais e Malacologia; Stefan Geiger, pesquisador responsável pelo Laboratório de Diagnóstico em Esquistossomose e Geohelmintoses; Monica Moraes, pesquisadora responsável pelo Laboratório de Protozooses Intestinais; Joana Favacho, coordenadora do Laboratório de DST/Tracoma, e Danielle Brasiliense, pesquisadora do Laboratório de DST/ Tracoma.

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