quinta-feira, 29 de março de 2012

Tchê visita Assembleias de Pernambuco, Espírito Santo, Alagoas e Sergipe

O presidente da União dos Legislativos e Legisladores do Brasil (Unale),  deputado José Luis Tchê (PDT-AC) , continua sua peregrinação pelos estados brasileiros na busca de sensibilizar os poderes para questionar, junto ao governo federal, a negociação da dívida pública , fundamentalmente, a dos estados da federação. Luis Tchê esteve na segunda-feira (27) na Assembleia Legislativa de Pernambuco onde foi recebido pelo presidente da Casa, deputado Guilherme Uchoa (PDT - PE) que declarou apoio  a causa .
 
Durante a sessão, Tchê discursou na presença dos 49 deputados estaduais que  se entusiasmaram com o desafio.“Nossa intenção é unir forças para alterar a Lei Federal n° 9.496 de 11 de setembro de 1997, que estabeleceu critérios para a consolidação, a assunção e o refinanciamento. A modificação eliminaria as evidentes inconstitucionalidades da lei e torna os estados mais harmônicos com a União”,  alertou Tchê.Nesta terça-feira (27), o pedetista desembarcou em Vitória (ES), onde, também, foi recebido pelo presidente da Assembleia do Espírito Santo (Ales), Theodorico Ferraz (DEM - ES).
 
O encontro foi promovido pela Comissão Especial da Dívida Pública da Ales e contou com a presença de vários pensadores e especialistas do assunto. O evento teve a presença do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Dinis Pinheiro (PSDB - MG) e os deputados  Hélio Soares (PP- MA) Joarez Ponticelle (PP - SC).
 
Na oportunidade, os parlamentares capixabas realizaram uma audiência pública para, além de  debater, encontrar mecanismos  para apresentar ao governo federal os sofrimentos e a dificuldades dos estados  em honrar o pagamento da parcela da dívida com os juros abusivos.“A dívida é impagável.
 
 A União vem fazendo “agiotagem”, porque paga juros menores do que aqueles cobrados dos entes federados”, disse. Luis Tchê sugeriu que os estados mais pobres como o Acre e Roraima, deveriam ser anistiados.“Não se trata de calote. Mas precisamos entender que o Acre e Roraima, por exemplo, que preservaram 80% de suas florestas e não tem uma compensação que garanta o pleno desenvolvimento tenha a dívida perdoada”, observou.
 
Em 1999 os estados deviam R$ 93 bi e após 12 anos pagando, em dia, os estados ainda devem  R$ 428 bi.“Com este cenário podemos perceber que quem financia a União, são os estados. Isso é incompreensivo já que o presidente Lula, quando foi presidente, anistiou as dívidas de outros países como: Bolívia, Haiti e Sudão. A verdade é que o Brasil cobra juros de primeiro mundo e oferece um serviço de terceiro mundo”,  finalizou.Tchê continua a visitar as Assembleias Legislativas do país. Nesta quarta-feira (28), ele  debateu o assunto com os deputados de Alagoas, em Maceió  e na quinta-feira (29), em Sergipe.
 
 
Entenda o caso
A discussão sobre o assunto intensificou-se com a realização de um debate público, promovido pela Unale e as Assembleias Legislativas do Brasil, em fevereiro deste ano. O presidente da Unale entendeu que a dívida é impagável e pode levar os estados a uma situação de desequilíbrio financeiro sem precedente. Tchê defende a renegociação dos débitos. 
 
 
A origem da dívida
Especialistas identificam a origem do agravamento do problema da dívida dos Estados com a União no período do Plano Real que foi marcado, entre outras coisas, pela adoção de altíssimas taxas de juros básicas. Estas medidas, segundo o professor João Pedro Casarotto, provocaram a instabilidade financeira dos Estados pela eliminação das receitas inflacionárias (efeito do Plano Real) e pelo aumento explosivo das dívidas mobiliárias (efeito da política de taxas básicas). Tal situação, prossegue, levou muitos Estados à beira da insolvência o que ameaça o sucesso do próprio Plano Real.

“Como a União precisava defender a sua política econômica, a solução do problema dos Estados era imprescindível. Esta solução veio em forma de oferecimento do empréstimo. Como a situação era de urgência e os Estados não vislumbravam alternativas tiveram que aceitar a solução oferecida, mesmo sabendo que ela somente amenizaria momentaneamente as suas debilidades financeiras, para as quais não tinham concorrido. Celebrados os contratos, a União teve sua política econômica preservada, e, no entanto, o empréstimo não resolveu a debilidade financeira dos Estados Federados que além de permanecer até hoje trouxe um sério agravante, que é a exagerada dependência da União”, explica João Pedro Casarotto.
Fonte: Unale

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